“Nosso grande desafio é de produzir emoções surpreendentes durante toda a jornada do usuário.”
Roteiristas têm muito em comum com designers. Ao criar a narrativa de um filme são desenhados personagens, suas jornadas, cenários e universos. É um processo de construção de imersão e envolvimento dos espectadores que têm muitos paralelos com a construção da jornada dos usuários em experiências digitais.
A arquitetura de informação complexa presentes nos filmes precisa ser traduzida para uma linguagem visual simples, de entendimento imediato e com a identificação do público que assiste. Isso te lembra algum processo de design?
Para traçarmos esse paralelo, trouxemos as 6 premissas do storytelling da Pixar e como podemos extrair melhores práticas para os exercícios de experiências digitais:
1. Grandes histórias são universais – Jornadas devem ser universais
As narrativas envolventes da Pixar precisam ser universais, atingir e emocionar diferentes públicos. Podemos ver o exemplo de um aplicativo de banco, independente do valor na conta, o usuário precisa ser igualmente conduzido para as ações e ferramentas bancárias.
A diferença se dá quando destacamos que, no cinema, o universo é fictício, inventado. No caso do Design de experiência, trabalhamos baseados em dados. Então nos baseamos mais no contexto específico do usuário e nos perfis traçados de usuário.
2. Grandes histórias têm um objetivo claro – Jornadas devem ser objetivas
O objetivo tanto no roteiro como no design, gera uma estrutura que o atenda. Quando estamos no início de um projeto, há a etapa de imersão e pesquisa onde descobrimos toda a estrutura pré-existente do cliente para traçar as necessidades do usuário.
Esse objetivo encontrado a partir da imersão, nos permite criar a estrutura ideal que resulte em uma jornada clara para o usuário. Passos e elementos que o direcionam para um final feliz em sua usabilidade.
3. Grandes histórias têm um herói – O usuário é nosso protagonista
A jornada do herói tão conhecida no cinema narrativo é uma forma de enxergar que cada personagem se comporta de acordo com suas próprias motivações. Há, inclusive, um novo movimento de flexibilização do olhar para o anti-herói. Esse movimento nos mostra que mesmo os personagens que não são protagonistas agem por conta de seus contextos e vivências.
Com base nesse fato, podemos olhar para a jornada do usuário e entender o porquê de tantos estudos e mapeamentos de contexto. Esses são os dados ideais para que possamos compreender os movimentos dos usuários também no ambiente digital.
4. Grandes histórias atraem nossas emoções mais profundas – Envolvimento do usuário em jornadas
Quando vamos ao cinema estamos prontos para viver emoções. A expectativa e as grandes viradas de narrativa é que fazem o público sair da sala elogiando ou reclamando do filme. Emoções guiam a nossa percepção de imersão e entretenimento.
A sensação de entrar em um site ou aplicativo dito user friendly é de identificação e facilitação. Esses dois já seriam emoções que o convidariam a explorar mais. Mas podemos ir além!
É muito importante entender que o design de experiências é mais um ponto de contato com a marca, mas que o direcionador para impacto visual e de posicionamento é um bom Branding. O posicionamento de uma marca que desperta emoções deve ser expandido para todas as experiências do cliente, inclusive a digital.
5. Grandes histórias são surpreendentes e inesperadas – Experiência na jornada do usuário
Na teoria, quando falamos de UX, a experiência que o usuário precisa ter na plataforma é de máxima confiança. Surpresas negativas não são bem-vindas para o projeto e o nosso grande desafio é de produzir emoções positivas durante toda a jornada do usuário.
Uma surpresa negativa no audiovisual, pode se transformar em uma virada positiva no meio ou no final do filme ou série. Mas, no UX, nos baseamos apenas nos resultados extraídos nas fases de Pesquisa e Imersão para sugerir quais elementos surpresa e microinterações vão atrair o olhar e interesse dos usuários.
6. Grandes histórias são simples e focadas – Jornada do Usuário
O cinema nos leva a um universo sem limites, voltado ao encantamento narrativo e visual que às vezes apenas nossa imaginação pode acessar. Não há aqui um direcionamento para o comportamento ou aderência de perfis de pessoas, mas um convite a sair da realidade e explorar contextos desconhecidos. Estruturalmente falando, esse convite precisa ter foco e objetividade para passar aquela experiência.
No caso do Design, quanto mais simples a jornada do seu usuário for, mais vitoriosa ela será. Ou seja, criar processos de usabilidade e comunicação intuitivos facilita o entendimento e fluxo do usuário.
Desde a Arquitetura da Informação, até os textos da aplicação, devemos pensar do ponto de vista de quem a utiliza, e não de uma massa sem rosto e sem perfil comportamental. Por isso, o olhar estratégico de interface e conteúdo a partir dos dados de pesquisa são tão importantes para a Era das experiências.
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